domingo, 21 de setembro de 2014

O Fla-Flu e eu. Pré-jogo

Ah eu amo o Fla-Flu. Aprendi a amar o Fla-Flu com Nelson Rodrigues. Ele dizia que nenhum clássico se compara em alma, chama, personalidade ao Fla-Flu. O que é pura verdade. Para Nelson Rodrigues o Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada, não tem e nunca terá seu fim. O Flamengo surgiu da mágoa, da raiva de jogadores do Flu que quiseram criar o departamento de futebol do Flamengo. Logo são como dois irmãos que volta e meia brigam, se chocam. Foi a primeira rivalidade carioca. Talvez não a máxima, já que muitos consideram mais o Flamengo e Vasco. Mas é a mais importante.

O Fla-Flu é um dos cartões postais do Rio de Janeiro. O Maracanã fica mais lindo em dia de Fla-Flu. As 5 cores juntas são de uma beleza admirável, as duas torcidas lotando o Maracanã. Imagem digna de qualquer outra bela paisagem do Rio de Janeiro. Para mim Flamengo e Fluminense possuem as duas mais lindas torcidas do Brasil. Que me perdoem os demais clubes, me desculpem. Mas nenhum estádio de futebol fica tão bonito quando as torcidas de Flamengo ou Fluminense marcam forte presença e vão em grande número. As duas juntas lotando o Maraca então, é uma maravilha. Fla-Flu é diferente.

É o time do povão contra o time da elite. A maioria contra a minoria. Fla-Flu também é o clássico de história mais rica. Não há sujeito que seja conhecedor de futebol no mundo que não saiba do que se trata quando ouve falar de "Fla-Flu". É o clássico mais charmoso do Brasil

Os rubro-negros se orgulham de haver vencido mais vezes o confronto, mas os tricolores dizem ter vencido os mais decisivos. A década de 80 foi gloriosa para o Flamengo, era um timaço, mas o Flu era sempre uma pedra no sapato rubro-negro. Pode parecer estranho, eu sou rubro-negro, mas eu gostaria de ter levado gols decisivos do Assis em final de campeonato, eu gostaria de haver estado presente no Maraca quando o Renato gaúcho estufou a barriga e meteu a bola dentro do gol do Flamengo. Devia ter sido chocante. Eu poderia ter essa mágoa guardada até hoje. Mas eu teria vivido história. Eu não tive e nem terei o privilégio de ir ao Maracanã e ver um Fla-Flu com mais de 170 mil pessoas. Hoje em dia se colocarem 60 mil é muitíssimo. O mais triste é que nos últimos jogos lamentáveis públicos baixos, com algo aproximado a 20 mil pessoas. Parece até que perdeu o atrativo ir ao estádio. Mario Filho, grande jornalista rubro-negro, dizia que para ele pouco lhe importava o resultado do Fla-Flu. O que lhe importava era a festa das torcidas. Promovia concursos de melhor torcida, torcida mais vibrante, mais bonita, mais criativa, etc. E ainda os brindava com prêmios. Convenhamos, o mais lindo de cada Fla-Flu é a arquibancada.
 Seja com Assis ou Magno Alves, com Zico ou Obina. Quem faz o Fla-Flu são as torcidas. Mas hoje, parece perder um pouquinho de sua essência e atrativo. Mas esperemos ver hoje uma bela partida, sem brigas nas torcidas, uma bela festa. Mais de 33 mil ingressos foram vendidos e aparente, a grande maioria vai estar de vermelho e preto. Tricolores dizem até preferir quando a torcida do Fla é maioria suprema, para eles é gostoso ver a massa de vermelho e preto amargada no fim do jogo.


Mas faço um apelo aqui para que a torcida do Flu também compareça em grande número, já que o time precisa dessa vitória para voltar ao G4 e garantir vaga na próxima Libertadores. E também porque a festa fica muito mais bonita com os dois lados lotados. A expectativa é de um belo jogo. O Flamengo mesmo com time limitado, encontrou padrão de jogo, está mais organizado, compacto e uma defesa ajeitada. Um time que põe muita raça em campo. Fluminense, time mais técnico, melhores jogadores e com figuras. Porém vem em baixa. Depois da Copa do Mundo, o Flu só caiu de produção. Se antes brigava pelo título, hoje não se sabe se vai jogar Libertadores. Quem será o vencedor? A raça rubro-negra ou a técnica tricolor. Enfim, espero que ao acabar o jogo; eu tenha uma baita história futebolística para contar


                                                                              Vinícius Lima

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