Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte:- quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará à camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável. Nelson Rodrigues.
É isso, injusto seria o futebol se este Flamengo não fosse o campeão.
Eles foram protagonistas durante toda esta Copa. E claro, a sua torcida, aquela
que inflama sempre quando o time precisa, aquela que lota o cenário mais mítico
do futebol. Aquela que participa diretamente e influi no resultado, que antes
de uma partida de tamanha importância faz quase um ritual, é como se eles
também entrassem no campo junto com a equipe, com os jogadores. "Com esse
preço de ingressos, o Maracanã não vai encher, não vai lotar". Para a
nação rubro-negra, ver o Flamengo campeão não tem preço, quer dizer, eles não
vão para ver o seu time campeão, eles vão para formar parte disso e ser campeão
junto com o seu time. "Torcida não ganha jogo" disse uma pessoa em um
comentário ignorante. Sim, uma pessoa que diz essa tamanha atrocidade, é claro
não conhece a torcida do Flamengo. Hoje, rivais, anti-flamenguistas, ou o que
sejam, nenhum pode negar que o título rubro-negro é inquestionável. Ganharam de
4 dos 5 maiores times da tabela do Brasileirão. Do Flamengo você não pode
duvidar jamais e neste campeonato, isso foi algo quase constante. "O
Cruzeiro é o melhor time do Brasil atualmente, não há possibilidades deste time
limitado do Flamengo vencer" contradizendo a tudo e todos, o Flamengo
novamente vai lá com suas raízes, seus meros guerreiros de raça, e seu maior
patrimônio, a sua nação. Com esses ingredientes: manto rubro-negro, torcida
contagiante e a vontade incessante de vencer, não precisa de craques. Não
quando se trata de Flamengo. E ali, logo de passar pelo Cruzeiro, todos
começaram a ver o Flamengo como o favorito a vencer essa Copa. Ao passar pelo
Botafogo, eles tiveram certeza. "Desta vez não passa, seremos
campeões". E eles foram lá com aquela confiança caracterizada pela forma
mais flamenga de ser. Mas com um tanto de medo, de um novo fracasso, um outro
vexame, bastante disfarçado. Mentiroso é o flamenguista que nega haver temido
fracassos como América do México e Santo André. Mas não era o dia, tudo
conspirava à favor do Fla. Como eu disse anteriormente, eles foram os protagonistas
da Copa do Brasil, não poderia haver outro campeão, com todo respeito ao
Atlético-PR, que fez uma excelente campanha também. Mas que me perdoem, não era
a vez deles, não tinha como. O brasileiro, já não estava mais ligando para o
chato Brasileirão de pontos corridos. Acho que esta fórmula não particulariza o
povo brasileiro, é como se quiséssemos sempre a pressão, a adrenalina que
impera em torneios mata-mata, é como se nós, povo apaixonado pelo futebol
precisássemos destes ingredientes que contêm neste tipo de torneio. Olhares
desviados para a Copa do Brasil, e aquele grande campeão do Brasileirão com
sobras, que voava e era sim, o melhor time do país, com o melhor futebol
jogado, era ofuscado, por um outro torneio, com outro campeão. O campeão era o
time do povo, o título era da torcida do time que mais caracteriza o
brasileiro. O Flamengo era aquele time limitado, com um centro-avante sem tantos
recursos, mas que marca, um meio-campo sem um camisa 10, um técnico que não era
de ponta, comum e “feito em casa”. Este foi o campeão da Copa do Brasil,
ganhando daquela forma que o Nelson Rodrigues descreve acima.
Saudações rubro-negras
Vinícius Lima
É verdade, obrigado por prestigiar o blog.
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