A verdadeira vergonha do Nordeste

Geralmente o que escrevo em meu blog são crônicas, mas este é um tema que eu queria abordar faz um bom tempo e queria expressar minha opinião crítica sobre. É um assunto bem polêmico.

No Nordeste do Brasil, assim como em outras regiões como Norte, Centro-oeste, ou outros estados com clubes de futebol de pouca visibilidade nacional, é comum que vejamos torcedores de times de outros estados, que não sejam da mesma região da qual nasceram. Porém, os nordestinos são os que mais se manifestam quanto a isso e chamam de vergonha a aqueles que preferem torcer para algum time do sudeste/sul ou aqueles que possuem dois times. Exemplos: “Sport e Corinthians” “CRB e Flamengo”, “Bahia e São Paulo” e por aí vai...

Na internet há diversas campanhas contra os “mistos”, assim são chamados de maneira pejorativa a aqueles que torcem para um time de sua região e para um outro de fora. Mas o que mais me motivou a escrever sobre foram os acontecimentos da última semana. O América de Natal vem fazendo uma bela campanha na Copa do Brasil e enfrentará o Flamengo pelas quartas de final do torneio. O Flamengo é o time que possui a maior torcida do Brasil e a maior parte dela está no Nordeste. Os ingressos para o jogo foram já colocados à venda, mas a diretoria do América disponibilizou apenas 10% do estádio destinado a torcida do Flamengo. Como consequência, rubro-negros que não conseguiram ingressos para ver a partida no setor do Flamengo, compraram ingressos do setor do América. O que ocasionou revolta nos torcedores do América e a torcida organizada do clube fez até ameaça aos flamenguistas que forem ao local destinados aos torcedores do América.

“Percebe-se facilmente a lavagem cerebral que nós Nordestinos vivemos até os dias atuais onde a informação é em tempo real e não tem mais como manipula-la graças a Internet! Mas a Toda-Poderosa-Globo ainda tenta…. Em vão! O jogo entre o Bravo Vitória contra o Flamengo-RJ não foi meio a meio em termos de torcida. A Torcida do Vitória foi mais de 80% do Estádio. Mas dali, da menor parte de torcida que coube ao time carioca, se tinha 1% de Cariocas da “gema” era muito. A massa alienada que lá esteve presente, que se prestou ao papel vergonhoso, se deslocou dos rincões do Nordeste para torcer por um time que não é da sua terra. Não eram Cariocas.”

Isto acima foi escrito por um torcedor nordestino indignado. Acham um absurdo torcer para times de fora do estado. E claro, culpam a TV por haver mais deste tipo de torcedor. Já que geralmente as emissoras de TV transmitem os jogos das equipes do Rio de Janeiro e de São Paulo também para a região do nordeste e outras regiões. Dizem eles que os que elegem torcer para os times do sul e sudeste é porque foram manipulados pela televisão, pela mídia.

A televisão tem sua influência sim, claro. Mas pensemos. Bahia, Pernambuco e Ceará são os estados do Nordeste que possuem mais torcedores fiéis aos clubes de seus estados, porém ainda com muitos que preferem outros clubes de fora.  Mas acho injusto justificar a preferência por times de outros estados a uma suposta “manipulação global” como dizem. Já pararam para pensar que as maiores emissoras de TV do Brasil são de SP e Rio? É natural que os jogos dos clubes de respectivos estados tenham maior difusão.

Excetuando os 3 estados citados, a maioria dos clubes do nordeste não têm tradição futebolística, os estádios são precários, os jogadores medíocres e os campeonatos estaduais são de pouca atração. Os clubes não têm força nacional. Falta investimento também. Rio de Janeiro e São Paulo também são os estados mais capitalistas do Brasil. É natural que seja mais atrativo torcer para o Fluminense, por exemplo, do que torcer para o Asa de Arapiraca (com todo respeito ao Asa).

Eles acreditam que torcer por um time de fora, enfraquece o futebol regional. Meu querido, sinto lhe informar, mas mesmo que todo o Nordeste comece a torcer somente para os times do seu estado, as equipes da região não se tornarão grandes e nem terão maior status nacional por causa disso. Os times da elite do futebol nacional são grandes por toda a história e tradição que carregam há anos.

Nelson Rodrigues e Mário Filho eram pernambucanos e eram difusores do Fla-Flu, foram grandes nomes da imprensa carioca. Será que eles também foram vítimas da tal manipulação? Será que uma pessoa não pode escolher o time que ela quiser torcer? Não é uma identificação que não tem a ver com local, mas sim com paixão? Time de futebol é algo que se passa de pai para filho na maioria dos casos, ou livre escolha. Você não será menos nordestino por torcer pelo Flamengo, Corinthians, Palmeiras, etc.

Eu morei alguns anos no litoral de Pernambuco e a maioria dos mais jovens preferem equipes do estado de São Paulo para torcer, um ou outro flamenguista eu pude conhecer na pacata e pequena e bela cidade da minha avó. A maioria elege um time do estado e outro de fora. Santa Cruz, Sport e Náutico possuem muita torcida no Recife, fora nem tanto. Mas as equipes locais ainda são unanimidade entre os mais velhos (maiores de 30 anos). Acho ótimo que torçam para os times de seu estado natal, assim como não vejo problema naqueles que preferem torcer para times de fora de seu estado.

Na Argentina, os 7 maiores times do país são de uma mesma província, e não há essa discussão. O cidadão de Jujuy não será obrigado a torcer pelo Gimnasia só porque é o time daquela província, por exemplo. O mesmo acontece em todos os outros países do mundo. Não há essa divisão ou preconceito. No Brasil existe essa “frescura” por parte de alguns.

Os nordestinos que são um povo que sempre foi discriminado por outras regiões do Brasil, principalmente no sul e sudeste, acaba cometendo um preconceito às avessas com esse tipo de pensamento.  Viva a democracia e a livre escolha.

Se você é um desses nordestinos que dizem que torcedores de times do sul/sudeste são a "Vergonha do Nordeste", saiba que a "vergonha do nordeste" é você mesmo. É uma grande estupidez pensar que deves torcer apenas por times de sua região ou estado.

                                                                                                  Vinícius Lima 

Fla-Flu. Pós-jogo.

Ah, que saudades dos velhos Fla-Flus, daqueles que decidiam vagas nas próximas fases de algum campeonato mesmo sendo regional ou até mesmo daqueles que consagravam Fla ou Flu campeões.

 Fluminense brigava por uma vaga no G4, já o Flamengo com a vitória subiria na tabela e poderia começar a sonhar com algo além do que ficar no meio da tabela. Quem sabe uma vaga no G4 também?

Como eu disse, no post anterior, o mais belo do Fla-Flu são as torcidas. Havia 85% das dependências do estádio Mario Filho com rubro-negros. Poucos tricolores, mas os que foram, cantaram, apoiaram, provocaram, fizeram a sua parte. Os rubro-negros em maior número, idem.

No começo do jogo, os jogadores de ambas as equipes ficaram devendo. Jogo morno, deu até pra tirar aquela soneca até os 28 minutos do primeiro tempo. O Flamengo dominava a partida, ia para cima, pressionava, causava perigo, mas não conseguia penetrar de maneira eficaz na defesa tricolor. Até que Eduardo da Silva oportunista como sempre, concluiu para o Mengao. E o Flu ainda não conseguia se impor, até que no fim do primeiro tempo, consegue um escanteio. Gol de Fred. Houve o empurrão? Sim, houve. Mas eu também não daria falta. Para mim, lance normal de futebol.

O segundo tempo começa de um jeito diferente, era o Fluzao que pressionava, que atacava e que podia até ter virado a partida se não fosse o Paulo Victor. O Flamengo logo emparelhou a partida, atacou também e do mesmo jeito, podia ter saído com a vitória.

Se o Conca tivesse sido expulso (que era o que deveria ter acontecido) talvez o Flamengo podia ter mais chances de conseguir a vitória.

Mas foi um placar justo. Fla foi melhor no primeiro tempo e o Fluminense foi melhor no segundo. E assim se encerrou o último Fla-Flu do ano. Empate em 1 a 1. Não foi um jogão, mas também não foi um fracasso de jogo. 

                                                                                                 

                                                                                         Vinícius Lima 

O Fla-Flu e eu. Pré-jogo

Ah eu amo o Fla-Flu. Aprendi a amar o Fla-Flu com Nelson Rodrigues. Ele dizia que nenhum clássico se compara em alma, chama, personalidade ao Fla-Flu. O que é pura verdade. Para Nelson Rodrigues o Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada, não tem e nunca terá seu fim. O Flamengo surgiu da mágoa, da raiva de jogadores do Flu que quiseram criar o departamento de futebol do Flamengo. Logo são como dois irmãos que volta e meia brigam, se chocam. Foi a primeira rivalidade carioca. Talvez não a máxima, já que muitos consideram mais o Flamengo e Vasco. Mas é a mais importante.

O Fla-Flu é um dos cartões postais do Rio de Janeiro. O Maracanã fica mais lindo em dia de Fla-Flu. As 5 cores juntas são de uma beleza admirável, as duas torcidas lotando o Maracanã. Imagem digna de qualquer outra bela paisagem do Rio de Janeiro. Para mim Flamengo e Fluminense possuem as duas mais lindas torcidas do Brasil. Que me perdoem os demais clubes, me desculpem. Mas nenhum estádio de futebol fica tão bonito quando as torcidas de Flamengo ou Fluminense marcam forte presença e vão em grande número. As duas juntas lotando o Maraca então, é uma maravilha. Fla-Flu é diferente.

É o time do povão contra o time da elite. A maioria contra a minoria. Fla-Flu também é o clássico de história mais rica. Não há sujeito que seja conhecedor de futebol no mundo que não saiba do que se trata quando ouve falar de "Fla-Flu". É o clássico mais charmoso do Brasil

Os rubro-negros se orgulham de haver vencido mais vezes o confronto, mas os tricolores dizem ter vencido os mais decisivos. A década de 80 foi gloriosa para o Flamengo, era um timaço, mas o Flu era sempre uma pedra no sapato rubro-negro. Pode parecer estranho, eu sou rubro-negro, mas eu gostaria de ter levado gols decisivos do Assis em final de campeonato, eu gostaria de haver estado presente no Maraca quando o Renato gaúcho estufou a barriga e meteu a bola dentro do gol do Flamengo. Devia ter sido chocante. Eu poderia ter essa mágoa guardada até hoje. Mas eu teria vivido história. Eu não tive e nem terei o privilégio de ir ao Maracanã e ver um Fla-Flu com mais de 170 mil pessoas. Hoje em dia se colocarem 60 mil é muitíssimo. O mais triste é que nos últimos jogos lamentáveis públicos baixos, com algo aproximado a 20 mil pessoas. Parece até que perdeu o atrativo ir ao estádio. Mario Filho, grande jornalista rubro-negro, dizia que para ele pouco lhe importava o resultado do Fla-Flu. O que lhe importava era a festa das torcidas. Promovia concursos de melhor torcida, torcida mais vibrante, mais bonita, mais criativa, etc. E ainda os brindava com prêmios. Convenhamos, o mais lindo de cada Fla-Flu é a arquibancada.

 Seja com Assis ou Magno Alves, com Zico ou Obina. Quem faz o Fla-Flu são as torcidas. Mas hoje, parece perder um pouquinho de sua essência e atrativo. Mas esperemos ver hoje uma bela partida, sem brigas nas torcidas, uma bela festa. Mais de 33 mil ingressos foram vendidos e aparente, a grande maioria vai estar de vermelho e preto. Tricolores dizem até preferir quando a torcida do Fla é maioria suprema, para eles é gostoso ver a massa de vermelho e preto amargada no fim do jogo.

Mas faço um apelo aqui para que a torcida do Flu também compareça em grande número, já que o time precisa dessa vitória para voltar ao G4 e garantir vaga na próxima Libertadores. E também porque a festa fica muito mais bonita com os dois lados lotados. A expectativa é de um belo jogo. O Flamengo mesmo com time limitado, encontrou padrão de jogo, está mais organizado, compacto e uma defesa ajeitada. Um time que põe muita raça em campo. Fluminense, time mais técnico, melhores jogadores e com figuras. Porém vem em baixa. Depois da Copa do Mundo, o Flu só caiu de produção. Se antes brigava pelo título, hoje não se sabe se vai jogar Libertadores. Quem será o vencedor? A raça rubro-negra ou a técnica tricolor. Enfim, espero que ao acabar o jogo; eu tenha uma baita história futebolística para contar

                                                                              Vinícius Lima

A desvalorização da Copa Sul-americana

Nunca entendi de verdade o motivo de não darmos a importância devida a Copa Sul-Americana. Pois devia ser a segunda competição mais importante do continente. Entre os outros países que a disputam, até se importam com a mesma. Porém, no Brasil, isto não ocorre. E digo mais: na Argentina, por exemplo, a Copa sul-americana é até mais importante que o próprio torneio nacional. Antes talvez não valesse tanto a pena. Mas hoje em dia vale até vaga na Libertadores, competição mais importante para nós sul-americanos.

Pior do que isso só o nosso calendário bizarro. É ridículo que os times que participam da Copa Sul-americana sejam os que não conseguiram passar de fase na Copa do Brasil. Jogar a Copa Sul-americana devia ser por merecimento. No caso, ficar entre os 10 melhores clubes do Brasileirão. Por isso que eu questiono o calendário. Um clube não devia abrir mão de umas oitavas de final da Copa nacional para jogar a sul-americana e nem mesmo o contrário.

Já que os clubes que participam da Libertadores não jogam a sula, ambas as competições deviam ser jogadas simultaneamente.

Mas aí haveria que peitar com as outras entidades de futebol da América do Sul. Pois o fato de que quem joga Libertadores não jogar a Sul-americana, só ocorre no Brasil. Mas convenhamos que as formulas de campeonato dos outros países daqui já estão ultrapassadas. E também deviam ser reformuladas.

Aqui na Argentina, por exemplo há dois torneios nacionais por pontos ao ano e uma copa. E logo há pontos acumulados pra sul-americana, Libertadores e rebaixamento. Diversas tabelas diferentes. O que é uma tremenda confusão. Mas ao ter três competições nacionais, quase que te obriga a ser campeão de algo no ano para jogar a Libertadores, no caso.

O que acho desse sistema? Bizarro. Já está na hora da Argentina ter um torneio completo por pontos e organizado como na maioria dos países do mundo. Uruguai, Chile, Paraguai tem um sistema parecido. Também há dois torneios curtos na formula dos pontos corridos.

Equipes como Criciúma, Bahia, Internacional, Fluminense ficaram abaixo das 10 primeiras posições do Brasileirão em 2013. Ao meu ver, não há merecimento algum destes times. Não deviam estar em uma competição internacional. Coritiba, Corinthians e Santos não puderam jogar a Sula porque simplesmente passaram de fase na Copa do Brasil. Onde já se viu isto? Não há sentido algum.

A Copa Sul-Americana é um título e internacional, que dá vaga para jogar a competição mais importante do continente. A desvalorização que fazemos com esta competição é quase um pecado. 

                                       
                                                                                                 Vinícius Lima 

A quarta-feira mais Flamengo do ano

Este será o meu primeiro post aqui, neste espaço, no qual eu exponho o meu lado torcedor.

Não foi um título, não foi uma conquista heroica como o tricampeonato carioca de 2001, o memorável tricampeonato da Copa do Brasil ou até mesmo o hexacampeonato brasileiro de 2009. O que aconteceu nesta última quarta-feira de Copa do Brasil não foi mais importante que nenhuma dessas grandes conquistas relembradas e vividas por mim como torcedor do Flamengo. 

Mas eu te garanto que o que eu vivi nesta noite foi diferente de tudo o que já passei como torcedor. Foi incrível, inexplicável, lindo, memorável, épico, gostoso, inesquecível. Desculpem-me a quantidade de adjetivos exagerada, mas creio que mesmo assim, eu não consegui descrever essa noite. Mas talvez o melhor adjetivo para descrever essa última quarta-feira é "Flamengo". O Flamengo foi Flamengo.

No jogo de ida, vimos um time apático, sem querer vencer, jogando para não perder, mesmo com muitos reservas, um time sem a tal raça que tanto exigimos. Para o torcedor rubro-negro, essa má vontade é inaceitável. E como o futebol é foda; ele de certa maneira também exige esse ingrediente ao Flamengo e o pune severamente. Resultado? O Mengo levou 3 sacoladas pra casa, e ficou quase fora da Copa do Brasil e ficaria fora de maneira ridícula. O Flamengo estava finalmente desafiado. 

O treinador continuou com aquele discurso "O objetivo é livrar-nos do rebaixamento, esse é o nosso foco". Como torcedores vimos que esse discurso talvez tenha afetado e ter contribuindo para a falta de vontade do time para com a partida. Discurso este novamente inaceitável. Desde quando o Flamengo tem como único objetivo não cair para a segunda divisão em uma temporada? O fato é que essa má vontade vista no primeiro jogo, pôs em dúvida até mesmo ao torcedor. Principalmente aos fracos de mente que achavam que depois de tomar 3 a 0, o Flamengo não teria mais como reverter a situação. Outros, pois, acharam que o Mengo estaria jogando a Copa no lixo por opção, para se concentrar somente na Liga. Mas 20 mil guerreiros rubro-negros foram lá incentivar, empurrar, tentar ganhar o jogo no grito. Pedir raça aos jogadores que nos representam e cumprir o seu papel. A torcida do Flamengo quando quer, joga junto e faz milagres que fazem do Flamengo o que ele é hoje.

Eu particularmente, como conhecedor de futebol e flamenguista, vivi nos momentos prévios uma dúvida existencial que comia a minha mente. O que será que acontecerá esta noite? Quais linhas o futebol vai querer que sejam escritas? Eu pensava em um Flamengo determinado e empurrado pela torcida, buscando o resultado “impossível”, não precisa ser um grande conhecedor de futebol para saber como se comporta ou pelo menos como deveria comportar um Flamengo no Maracanã em dia de decisão. A incógnita que me recorria era: Será que o futebol vai punir o Flamengo pela má vontade do jogo passado, fazendo que não consigamos o objetivo hoje? Será que os jogadores farão o mesmo de novo e nos decepcionará? Ou será que o Flamengo hoje fará história de novo, e nos provará que a mística rubro-negra impera no Maracanã, e mostrará que como o Ronaldinho, já disse: "Flamengo é Flamengo".

Futebol e Flamengo se separam. Um depende do outro, porém são divergentes e semelhantes ao mesmo tempo. O futebol implora pelo imponderável, pois é isso que faz deste esporte o mais apaixonante do mundo. E o Flamengo é muito isso. Lógica e Flamengo não combinam. O Flamengo foge de todo tipo de lógica. E estes dois jogos entre Flamengo e Coritiba apenas constata isto novamente para todos. Flamengo nos surpreende tipicamente, seja para o bem ou para o mal. O Flamengo é aquele cara que gosta quando não acreditam nele para depois falar: "Olha ai, não acreditou em mim? Te mostrei que sou capaz de novo. Não duvide mais de mim". Duvidar do Flamengo irrita o Flamengo.

Na quarta-feira, acordei um pouquinho ansioso para o jogo e disse ao meu amigo argentino que acompanha o futebol brasileiro de longe e falei em tom de brincadeira:

"Hoje é 4 a 0 Mengão"

E ele me respondeu: "Não viaja, cara. Não acontecerá".

Eu: "tudo bem. Pode não ser 4 a 0. Mas se o Fla passar hoje, você me paga um fernet” (bebida alcoólica típica argentina)

E ele me responde: "Cara, como você pode estar tão confiante? Perderam 3 a 0 o primeiro jogo vergonhosamente"

Eu: "Flamengo tem dessas coisas, sempre contrário a lógica"

Mas no fundo eu pensava que talvez o amigo argentino estivesse com razão, era muito mais comum o Fla ficar fora pelas circunstâncias.

De todas as vitórias rubro-negras no Brasileirão, em nenhuma o time havia conseguido impor 3 ou mais gols de diferença para com o adversário. Por que hoje o Fla conseguiria tal feito? Talvez seja porque era dia de fazer história. Me sentei na cadeira para assistir ao jogo, em um dilema, eu estava crendo e desacreditado ao mesmo tempo. Fiz todo meu típico ritual para ver o jogo, usei todas as minhas armas cabalísticas e esperei o Flamengo me surpreender. Aquele dia era dia de flamengo e ainda não haviam me informado. O elenco do Flamengo é fraco ou não existe e o Luxemburgo ousa em colocar um time misto. Deus parecia estar do nosso lado, pois por lesões, o técnico foi obrigado a colocar o nosso único e titular lateral (o já nem tão bom e velho Léo Moura) e Everton, motor do time atual, e um dos principais jogadores nesta redenção flamenga. Paulinho e Luiz Antônio, ambos saíram por lesão.

O jogo se resumia a um Flamengo que tentava e era pouco efetivo. Com o desenho do jogo, eu já imaginava que o flamengo ganharia, mas com resultado insuficiente para passar de fase. Até que surge um pênalti muito bem cobrado aos 47’ do primeiro tempo. Alecsandro manda para o gol. Aquele lance inflamou a torcida de esperanças e o time junto, claro. Torcida e time pareciam sintonizados, unidos para um só objetivo: fazer dois gols em 45 minutos e levar a partidas para os pênaltis. Aos 15 minutos fomos premiados com um pênalti mal cobrado a nosso favor. Talvez. Depende da interpretação. Mas para mim e para a maioria não foi pênalti, foi bola na mão, nada intencional. Não importa, mais um gol do Flamengo.

 

E agora meu amigo, era time e torcida jogando juntos por um golzinho, o gol era só questão de tempo. Até quem odeia e é anti-Flamengo sabia que o gol do Fla, era questão de tempo. Depois que entrou o iluminado Eduardo da Silva, mais ainda, cruzamento do Everton papa-léguas, gol de Eduardo, para 20 mil pessoas explodirem no Maracanã o e toda a nação rubro-negra espalhada pelo mundo. E fomos aos pênaltis. Goleiro coxa-branca parecia ter deixado os chutes de Alecsandro passar no tempo normal, para pegar ali. Pois estava impossível, e alguns de nossos jogadores quase que nos fazia desperdiçar toda a luta de 90 minutos. Paulo Victor também estava impossível e disposto a pegar tudo. Não adianta, o Coritiba podia ter o melhor goleiro do mundo, ter um time de Messi's para cobrar os pênaltis. Era dia de Flamengo, não tinha como. Tanto que a trave foi a salvadora e Canteros não desperdiçou a oportunidade de classificar O Mais Querido para outra batalha. E eu depois de tantas orações, só agradeci a Deus, pois passei do segundo tempo em diante, rezando. Flamengo também é isso. Flamengo é religião, isso não é uma simples frase de um fanático, é um fato. Só quem vive, sabe. Ali fiquei eu extasiado, embasbacado, cansado tudo pelo inexplicável desta noite. Os rubro-negros dirão que Deus também é rubro-negros, os anti-Flamengo, dirão que o Flamengo tem pacto forte com satanás. Mas a real é que quando o dia é para ser Flamengo, nada interrompe o processo natural para o triunfo.

                                                                                    Vinícius Lima 

Pré-jogo Flamengo x Palmeiras

Hoje eu resolvi fazer um pré-jogo diferente aqui no blog. Eu considerei que Flamengo e Palmeiras hoje, seria o jogo mais interessante da rodada. Envolve uma certa rivalidade e uma necessidade de vence imensa de ambas as equipes. Então, para fazer comigo o pré-jogo, eu convidei a minha amiga mais palmeirense que conheço, a Aline Telles para dar a sua percepção palmeirense sobre o jogo de logo mais. E eu claro, como sou mulambo e não nego, darei a minha percepção como rubro-negro.

Solta a letra, Aline!




Palmeiras: 

Mesmo vindo de uma derrota em casa, o Palmeiras, se posicionará pra vencer neste domingo, isto é o que eu e toda a torcida alviverde acredita, mesmo dentro de nossas limitações. Seria mais fácil acreditarmos no Palmeiras se por sua vez tivéssemos um padrão de jogo, mas mesmo diante disso é fácil observar que temos

um elenco mais completo, o que preocupa é jogar fora contra um Flamengo que também vem em busca e um resultado positivo , pra acalmar as coisas na gávea.
 A maior expectativa nossa pra esse jogo, é a estréia do centroavante Henrique, esse que não tem responsabilidade alguma sob os resultados já determinados, resultados esses que só aumentaram a pressão sobre o Palmeiras e a expectativa acerca do jogador.

As pressões de cunho político refletem no futebol apresentado em campo, erros técnicos, erros de posicionamento do time, de uma escalação errada do comandante técnico do clube. Temos bons velocistas , bons armadores, e teríamos por sua vez bons finalizadores. Mas talvez falte uma visão maior de jogo e nosso técnico  estudar o adversário, sem isso, não seria tão difícil pensar em uma vitória contra o rubro-negro carioca diante de sua torcida no RJ.
Espero ver um Palmeiras mais compacto , um Palmeiras menos apático em campo, um Palmeiras com cara e espírito de Palmeiras. 

Aline Telles 

Flamengo:

O Flamengo hoje deve entrar em campo com um único pensamento: vencer. E espero que no Maracanã haja um bom público para ajudar a sairmos dali com o triunfo nas mãos e os primeiros 3 pontos no bolso. Eu realmente não sei o que aconteceu com aquele espírito do time do Flamengo do segundo semestre de 2013, aquele time que ganhou a Copa do Brasil. 
Parece que com a saída do Elias, ficou uma lacuna no nosso time. Inclusive acho o atual é melhor que o do fim de 2013. Com mais e melhores peças. 

Mas o Jayme jamais conseguiu consertar para que joguemos um futebol mais apresentável. As lesões também complicaram o trabalho dele, verdade. Mas também é certo que este Fla não tem variação tática e nem padrão de jogo definido. A raça que era o que nos restava, tem sumido em nossos jogos. Fla é favorito porque é aquele manto sagrado rubro-negro que os veste, porque é no Maracanã, do lado da magnética torcida. Somente, por isso. E claro, creio que hoje é o dia que possamos ressurgir. Porém acho o time do Palmeiras melhor e mais bem armado que o nosso. 

Vamos que vamos. Saudações rubro-negras.

Vinícius Lima

Batalha dos Palpites #02

Desta vez quem vai batalhar comigo é o meu amigo Tomás, argentino, torcedor do River Plate. Eu novamente na foto com o meu manto sagrado vermelho e preto para dar sorte e  combater a zica. Venho com uma vitória nas costas.




 Promete ser páreo duro esta rodada. O moleque parece que entende bastante de futebol brasileiro. Então, vamos que vamos com os palpites desta rodada:





Tomás:
Atlético - PR 2 x 1 Cruzeiro
São Paulo 2 x 0 Coritiba
Santos 2 x 2 Grêmio
Fluminense 3 x 1 Vitória
Internacional 2 x 0 Sport
Criciuma 1 x 0 Figueirense
Bahia 0 x 2 Botafogo
Flamengo 0 x 1 Palmeiras
Atlético - MG 1 x 2 Goiás
Chapecoense 0 x 2 Corinthians

Vinícius:
Atlético - PR 1 x 1 Cruzeiro
São Paulo 2 x 0 Coritiba
Santos 2 x 2 Grêmio
Fluminense 2 x 1 Vitória
Internacional 2 x 0 Sport
Criciuma 1 x 0 Figueirense
Bahia 1 x 1 Botafogo
Flamengo 1 x 0 Palmeiras
Atlético - MG 1 x 0 Goiás
Chapecoense 0 x 0 Corinthians